O tempo é um grande e sábio amigo, acredite. Tem fama de cruel e implacável, mas o que apenas faz é passar serenamente e nos transformar, se deixarmos para melhor. Com o tempo, quase tudo se aquieta, se resolve, se direciona. Se o tratarmos como um aliado, ele nos aponta as respostas para dilemas e dificuldades.
Se o tempo passa
rápido, depende de nós. Às vezes corremos contra o relógio para dar conta do
que necessitamos ou queremos, perdendo o foco do prioritário. Quem nunca
pensou como o dia poderia ter trinta horas, mal aproveitando seus preciosos
minutos?! No fundo, precisamos é desacelerar e dar tempo ao tempo - para que sementes
brotem, ressentimentos cessem, feridas curem, ciclos se fechem e portas se
abram.
Somente com o tempo a gente passa a respeitar a natureza dos sentimentos e dos dias. Há tempo de se conectar e de se desligar, de sorrir e de chorar, de se esconder ou se mostrar, de agir ou de esperar. Esperar - bem diferente de se acomodar – nos ensina a ter paciência. Disso vem a esperança, essencial para aguardarmos novos tempos.
Por mais que haja
descrença, precisamos lembrar que do breu da noite virá a claridade do dia.
Cada amanhecer, faça sol ou chuva, pode nos despertar uma ideia, uma surpresa,
um olhar. O milagre do tempo é que ele revolve tudo em nós. No exato momento em
que vira passado, o presente dá lugar ao futuro. Somos essa mágica mistura dos
tempos.
Mestre inteligente
e irônico é o tempo. Nos prega peças e nos dá lições e recompensas, que ficam
claras em histórias de vida que se repetem, se invertem, se apequenam, se
agigantam ou até recomeçam de onde não deviam ter parado. Pelos dias,
meses e anos o tempo carrega nossas ações, palavras e pensamentos, trazendo-os
de volta feito bumerangues nos ventos.
O tempo leva o viço, mas pode trazer uma beleza maior: a consciência de sermos melhores do que antes. Ele mostra o que nos cai bem – aparência, companhias, atitudes, situações...- e nos afasta do que faz mal. Por experiência e intuição, a gente aprende a não perder tempo com o que não vale a pena, não nos merece. A gente aprende a ter sabedoria para viver e a acertar os ponteiros do tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário