Saudade é sempre bonita:
triste, alegre, amena, doída.
Vem como fisgada no peito,
risada gostosa, lágrima furtiva...
Saudade é ferida que sangra
mesmo quando cicatriza
e marca os ciclos da vida,
mudança, perda e partida.
Saudade é lembrança boa
de um momento, de pessoa,
do que fomos, de um jeito,
de mania e até de defeito.
Saudade é breve ou eterna
de quem está longe, morreu,
mudou por fora, por dentro
ou simplesmente cresceu.
Saudade é ausência que arde
na medida do quanto se ama
e clama em nós por resgate,
reparo, reencontro, retomada.
Saudade é vazio imenso, denso,
para preencher com caminhada.
Poema e foto: Nadja Bereicoa