É época de celebrar sua vida
no milagre
de se perpetuar
em cada
firme ensinamento
e em cada doce momento.
Época de
acariciar a ferida
de sentir a saudade latejar
e me trazer de volta você
orando, ralhando, cuidando...
Época de sorrir e de chorar
com o ocaso de tantos anos,
vendo como a sua luta valeu:
nada foi, é ou será por acaso.
Se não houve tempo de me dizer muito,
bastou-me seu amor imenso e mudo
que precisou renunciar ao mundo.
Se me
diferencio na trilha que traço,
é em essência
que a ti me assemelho,
meu primeiro
e inesquecível espelho.
E se não tenho mais o seu abraço,
a sua presença até o fim pulsará
dentro de
mim, meu eterno regaço.
Poema: Nadja Bereicoa
Foto: Aparecida Farias